MMDCA O dia 23 de maio é lembrado pela morte de quatro jovens paulistas.
--2011/05/31
O dia 23 de maio é lembrado pela morte de quatro jovens paulistas: Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráuzio Marcondes de Souza e Antônio Américo de Camargo Andrade, foram mortes em choque com a polícia numa manifestação no centro de São Paulo, no ano de 1932.
Os jovens protestavam contra o governo instalado em 30. As iniciais dos nomes dos quatro estudantes – MMDC – passaram a ser o símbolo da luta de São Paulo por uma Constituição Nacional. O movimento que teve início com a morte dos quatro estudantes eclodiu finalmente no dia 09 de julho numa rebelião armada com o nome de Revolução Constitucionalista de 32. No mesmo evento, que causou a morte dos quatro estudantes, outro jovem, Orlando Alvarenga, também foi baleado, faleceu meses depois, ficando fora da sigla MMDC oficializada pelo então governador Pedro de Toledo como símbolo da Revolução Constitucionalista.
Em 2002 o governador Geraldo Alckmin assinou um decreto também resgatando esta figura histórica, no qual criou em 25 de abril a oficialização do colar "Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos". Assim sendo, nas comemorações de 23 de Maio, como nas de 09 de julho ficará a sigla mudada para MMDCA.
9 de julho? 23 de maio?
Infelizmente poucos currículos escolares narram a história destas significativas datas de São Paulo e do Brasil. De acordo com as estatísticas oficiais, 634 pessoas morreram e outras 1273 ficaram feridas, porém, estima-se que esse número seja ainda maior. A quantidade de mortos é seguramente superior que as perdas brasileiras durante a campanha da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial. Considerada um marco da história republicana, a Revolução de 32 não foi um movimento de elite, mas sim, a maior mobilização popular já ocorrida na história do país. Muitos, até mesmo as pessoas mais simples, se comoviam com a causa e doavam seus objetos de valor para financiar a guerra; em troca elas recebiam um anel de ferro simbolizando a participação na campanha "Dei Ouro Para o Bem de São Paulo".
Além de doarem suas joias, as mulheres também tiveram outros papéis fundamentais. Eram elas quem faziam e consertavam os uniformes, e cozinhavam para um batalhão de homens. Muitas delas também trabalharam nas enfermarias espalhadas por todo Estado. A Revolução Constitucionalista de 1932 foi o maior confronto militar no Brasil no século XX.
Além da Constituição, o movimento também exigia o fim do Governo Provisório de Getúlio Vargas, a autonomia estadual e, principalmente, outra constitucionalização para o país. Mesmo sem experiência, os voluntários paulistas partiram para a "guerra". Lutaram em diversas frentes nas fronteiras do estado de São Paulo até o dia 02 de outubro de 1932, quando oficialmente os paulistas se renderam. Sem armas, sem munição e sem o apoio de outros Estados, São Paulo foi obrigado a render-se às forças de Vargas. Durante três meses, aproximadamente 35 mil paulistas lutaram incansavelmente. O fator fundamental da força dos constitucionalistas estava no apoio da população.
Cerca de 60% do exército era formado por voluntários. Entre eles, estavam os escritores Monteiro Lobato e Mário de Andrade, que fizeram campanhas a favor dos revolucionários em rádios de São Paulo. "Infelizmente só com boa vontade não se faz revolução", diziam depois muitos combatentes desta época. Apesar da derrota paulista em sua luta por uma constituição, a revolução conquistou seus objetivos. Dois anos depois, em 1934, uma assembleia eleita pelo povo promulgou a nova Carta Magna. Em 1997, o então governador Mário Covas decretou que 9 de julho seria feriado estadual em comemoração a Revolução de 32, baseado na Lei federal nº. 9.93/95, que autoriza cada Estado a adotar uma "data magna", ou seja, uma data importante para sua história.
Memórias de uma Revolução
Assim, ao relembrar o dia 23 de Maio, possamos ser pessoas desbravadoras, guerreiras e lutadoras por direitos, expresso nos nossos símbolos estaduais e principalmente em nossa bandeira, que o saudoso poeta Guilherme de Almeida, descreveu como: "Bandeira da minha terra / Bandeira das treze listas / São treze lanças de guerra / Cercando o chão dos Paulistas / Mapa de pátria guerreira / Traçado pela vitória / Cada lista é uma trincheira / Cada trincheira, uma glória".
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