E o ralo levou...

--2011/04/05

Ele está presente na grande maioria dos lares brasileiros, em alguns serve para temperar, em outros para fritar, mas seu final geralmente é o mesmo: o ralo da pia ou o vaso sanitário.

Nunca pesou tanto na consciência aquela coxinha frita ou o franguinho empanado a não ser pelo pessoal que curte um regime, e olha que não é só na consciência que há tempos pesa a questão do óleo de cozinha usado, no meio ambiente pesa bem mais! O óleo embora muitos desconheçam, são grandes causadores de danos ao meio ambiente, de volta aos rios, por ser mais leve que a agua, interfere na passagem de luz, retarda o crescimento vegetal, impede a oxigenação causando a morte de micro organismos e peixes. Quando lançado no solo, no caso do óleo que vai para os lixões ou aquele que vem junto com a água dos rios e se acumula em suas margens, este impermeabiliza o solo, impedindo que a água se infiltre, piorando o problema das enchentes. Um litro de óleo vegetal pode poluir certa de 10.000 litros de água. A poluição pelo óleo faz encarecer o tratamento da água, além de agravar o efeito estufa, já que o contato da água poluída pelo óleo ao desembocar no mar gera uma reação química que libera gás metano, um componente muito mais agressivo que o gás carbônico.

Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo

Esta máxima do filósofo grego Heráclito nunca esteve tão atual, seja na ação individual ou de organizações que possam dar uma destinação mais apropriada aos resíduos de óleo vegetal, que podem ser utilizados na produção de sabão em pedra, detergente, massa de vidro, biodiesel, ração animal e até mesmo componente para fertilizantes. A primeira medida a ser tomada é evitar o hábito de jogar fora, diretamente no ralo ou na lixeira, estes resíduos.

Óleo da Fraternidade

Um exemplo a ser seguido é o "Programa Óleo da Fraternidade", idealizado pelo Instituto Lótus, e que poderia ser desenvolvido por ONG s, poder público (Prefeitura ou Câmara), instituições religiosas, educacionais, esportivas ou sociais. Trata-se do armazenando o óleo que produzem no dia-a-dia, depois, envio do produto a uma empresa de reciclagem. Um Comitê Gestor fica responsável pela coleta, reciclagem e comercialização dos produtos gerados: sabão, ração, detergentes, etc. Assim, a filosofia de Heráclito, repetida pelo químico Lavoisier: "Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", ensina-nos que a preservação ambiental não depende em si de grandes investimentos, mas da simples mudanças de nossos hábitos. Se você não quiser tentar, pelo menos passe adiante a ideia: clubes, igrejas, escolas ou pressione o vereador (a) que você votou nas últimas eleições, faça sua parte!